Tributo ao Mestre: Gilberto Wallace Battilana
Esta Página foi feita para Homenagear um dos nossos Grandes e Importante Escritor,Poeta,Filósofo...
Um mestre, acima de tudo uma Pessoa que só de Conhecer ,ler ou ouvir nos faz beber nas fontes de uma Literatura viva,Renascente e dinâmica.
Sejam Bem Vindos...
Manifesto...
A verdade tem de ser vivida,
não comentada ou lida.
O mundo está, sempre, a nos observar,
e, nessa consciência de pressão,
não é a nós, mas ao mundo que precisamos mudar.
Rolar cada esfera da sociedade,
romper essas relações petrificadas
e, sobre elas, dançar com os nossos corações
a liberdade das nossas ações.
Transferir o terror para quem nos aterroriza
com as filas dos hospitais, a falta de escolas, de segurança,
num rumoroso apocalipse das ruas,
movimento onde tudo deve ser revisto,
lancemo-nos, sem medo, ao imprevisto
e desprezemos esse fardo de fatalidade
transfigurando a nossa realidade.
Exijamos uma ruptura com as tradicionais molduras
onde se multiplicam as figuras de canalhas sorridentes.
Vamos tornar insustentável o que sustenta essa gente.
Sejamos os criadores de um novo mundo,
não criaturas deste cenário sujo, imundo.
UMA MULHER
UMA MULHER
Gilberto Wallace Battilana
Esquece-me tempo, ela pedia
entre os sussurros líquidos dos alcoóis.
Pouco se me dá que a noite acabe,
desde que a minha taça não fique vazia.
Suas noites eram de música e luzes,
tal tivesse medo de dormir e não acordar.
Escrevo para expressar não para convencer. Mas me compraz
quando um despretensioso fragmento de um texto provoca uma reação. Não estou em busca de competividade com outras verdades. Cada um com a sua. O intelectual da nossa época acha-se oprimido por uma superprodução de verdades, não serei eu a acrescentar mais uma. Além do que, a velha pergunta de Pilatos a Jesus: “ o que é a verdade?”, não foi ainda respondida.
Somos os únicos seres a guardar nossos mortos em belos cemitérios, preservando a memória, daí a analogia com o pensamento embalsamado em poemas, em livros, tais cadáveres em mausoléus. O poema não é mais que o cadáver de um pensamento. O que é vivo é pensamento não o poema, ou livro. Daí: letra morta. Mais que um problema estético, o suscitado é filosófico e, até, psicanalítico
Ao homem compete o trágico destino de desesperadamente justificar-se como objeto de valor primordial no universo. A mitologia nos mostra que o herói é aquele que consegue voltar vivo do mundo dos mortos. Assim, o herói divino. Na nossa mitologia Cristo ressuscita. A morte é a verdadeira Musa da filosofia e da Poesia. O que é a epopeia mesopotâmica, dois mil anos antes da nossa era, o Gilgamesh, senão a descoberta do temor da morte e a luta para encontrar um meio de evita-la?
A filosofia platônica é meletê tanathou, a inquietação com a morte. Vou rechear de citações para teorizar. Filosofar é aprender a morrer, nos diz Montaigne. Aqueles que filosofam, que escrevem poesia, que exercem a arte, digo eu, se exercitam para morrer, e não há homem que tenha menos que eles medo de morrer”. É claro que num texto internético preciso abreviar o que pretendia dizer. Mais uma: não é sobre a repressão sexual, mas sobre o terror da morte, que é a repressão fundamental, que está construída a cultura. Freud escamoteou o problema mudando o termo para instinto ou pulsão. Teve razão quando disse que o inconsciente não conhece a morte. Nos mais íntimos recessos orgânicos do homem ele se sente imortal. É a consciência que nos torna mortais. O antropólgo Hocart afirmou que os primitivos não são molestados pelo medo da morte. E, para finalizar, uma frase de Picasso: “Todo ato de criação é um ato de destruição”.
Teria mais a acrescentar mas o espaço internético e a paciência de quem me acompanhou até aqui esgota-se.
Resposta a uma observação feita a respeito de um fragmento do meu ensaio "Ler e Escrever Poesia", publicado na página Órfãos de Orfeu.
Gilberto Wallace Battilana
OS SALVADORES DA PÁTRIA Gilberto Wallace Battilana
Gilberto Wallace Battilana
Da miséria e da fome dos meus semelhantes
fazeis o assunto
PROCURA
Gilberto Wallace Battilana Gilberto Wallace Battilana
Procura encontrar na dor o que alivia
da vida o transitório que se quer perene,
O POEMA É UMA VIAGEM
Gilberto Wallace Battilana
O poema é uma viagem para outro lado do universo
que as vezes parece tão longe e outras tão perto,
mas que jamais se alcança,
ainda que em cada verso se renove a esperança
de poder tocar com as mãos o céu,
de fazer do arco-iris um chapéu,
de viver todas as fantasias com a inocência
da criança que se foi um dia.
Mas é cedo ou tarde
nesse estranho mundo onde tudo arde
e as lembranças e o futuro passam abraçados
num carrossel de palavras escondidas que roda
com as ideias que se dão as mãos numa ciranda
que se acelera numa sarabanda
em torno de mim.
É o poema, enfim.
E ficamos os dois a lutar
como num duelo num espelho.
Do meu livro "O ARTESÃO DA SOLIDÃO".
Esta Página foi feita para Homenagear um dos nossos Grandes e Importante Escritor,Poeta,Filósofo...
Um mestre, acima de tudo uma Pessoa que só de Conhecer ,ler ou ouvir nos faz beber nas fontes de uma Literatura viva,Renascente e dinâmica.
Sejam Bem Vindos...
Manifesto...
A verdade tem de ser vivida,
não comentada ou lida.
O mundo está, sempre, a nos observar,
e, nessa consciência de pressão,
não é a nós, mas ao mundo que precisamos mudar.
Rolar cada esfera da sociedade,
romper essas relações petrificadas
e, sobre elas, dançar com os nossos corações
a liberdade das nossas ações.
Transferir o terror para quem nos aterroriza
com as filas dos hospitais, a falta de escolas, de segurança,
num rumoroso apocalipse das ruas,
movimento onde tudo deve ser revisto,
lancemo-nos, sem medo, ao imprevisto
e desprezemos esse fardo de fatalidade
transfigurando a nossa realidade.
Exijamos uma ruptura com as tradicionais molduras
onde se multiplicam as figuras de canalhas sorridentes.
Vamos tornar insustentável o que sustenta essa gente.
Sejamos os criadores de um novo mundo,
não criaturas deste cenário sujo, imundo.
UMA MULHER
UMA MULHER
Gilberto Wallace Battilana
Esquece-me tempo, ela pedia
entre os sussurros líquidos dos alcoóis.
Pouco se me dá que a noite acabe,
desde que a minha taça não fique vazia.
Suas noites eram de música e luzes,
tal tivesse medo de dormir e não acordar.
Havia, sempre, um fantasma na sua cama.
Um dia, disse-me: quero que me ames,
não que me uses,
sinto-me cansada de manipularem o meu corpo
e os meus sentimentos.
Queria ser a dona do seu destino
e a vida a arrastava na contracorrente dos seus sonhos.
Quase ao final, disse-me: se eu tivesse coragem;
se não amasse tanto a vida e essa cidade selvagem,
bastava-me um edifício alto e um salto.
Do meu livro "CENAS DE UMA VIDA". 2011.
Um dia, disse-me: quero que me ames,
não que me uses,
sinto-me cansada de manipularem o meu corpo
e os meus sentimentos.
Queria ser a dona do seu destino
e a vida a arrastava na contracorrente dos seus sonhos.
Quase ao final, disse-me: se eu tivesse coragem;
se não amasse tanto a vida e essa cidade selvagem,
bastava-me um edifício alto e um salto.
Do meu livro "CENAS DE UMA VIDA". 2011.
Escrevo para expressar não para convencer. Mas me compraz
quando um despretensioso fragmento de um texto provoca uma reação. Não estou em busca de competividade com outras verdades. Cada um com a sua. O intelectual da nossa época acha-se oprimido por uma superprodução de verdades, não serei eu a acrescentar mais uma. Além do que, a velha pergunta de Pilatos a Jesus: “ o que é a verdade?”, não foi ainda respondida.
Somos os únicos seres a guardar nossos mortos em belos cemitérios, preservando a memória, daí a analogia com o pensamento embalsamado em poemas, em livros, tais cadáveres em mausoléus. O poema não é mais que o cadáver de um pensamento. O que é vivo é pensamento não o poema, ou livro. Daí: letra morta. Mais que um problema estético, o suscitado é filosófico e, até, psicanalítico
.
Ao homem compete o trágico destino de desesperadamente justificar-se como objeto de valor primordial no universo. A mitologia nos mostra que o herói é aquele que consegue voltar vivo do mundo dos mortos. Assim, o herói divino. Na nossa mitologia Cristo ressuscita. A morte é a verdadeira Musa da filosofia e da Poesia. O que é a epopeia mesopotâmica, dois mil anos antes da nossa era, o Gilgamesh, senão a descoberta do temor da morte e a luta para encontrar um meio de evita-la?
A filosofia platônica é meletê tanathou, a inquietação com a morte. Vou rechear de citações para teorizar. Filosofar é aprender a morrer, nos diz Montaigne. Aqueles que filosofam, que escrevem poesia, que exercem a arte, digo eu, se exercitam para morrer, e não há homem que tenha menos que eles medo de morrer”. É claro que num texto internético preciso abreviar o que pretendia dizer. Mais uma: não é sobre a repressão sexual, mas sobre o terror da morte, que é a repressão fundamental, que está construída a cultura. Freud escamoteou o problema mudando o termo para instinto ou pulsão. Teve razão quando disse que o inconsciente não conhece a morte. Nos mais íntimos recessos orgânicos do homem ele se sente imortal. É a consciência que nos torna mortais. O antropólgo Hocart afirmou que os primitivos não são molestados pelo medo da morte. E, para finalizar, uma frase de Picasso: “Todo ato de criação é um ato de destruição”.
Teria mais a acrescentar mas o espaço internético e a paciência de quem me acompanhou até aqui esgota-se.
Resposta a uma observação feita a respeito de um fragmento do meu ensaio "Ler e Escrever Poesia", publicado na página Órfãos de Orfeu.
Gilberto Wallace Battilana
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OS SALVADORES DA PÁTRIA Gilberto Wallace Battilana
Gilberto Wallace Battilana
Da miséria e da fome dos meus semelhantes
fazeis o assunto
com que tentais, do monturo do palanque eletrônico,
convencer-nos da sinceridade da vossa falsidade.
Ah, salvadores da Pátria,
poupai-nos das vossas mentiras,
cansamos de promessas não cumpridas.
Até quando, Catilinas, abusareis da nossa paciência
com a canalhice das vossas caras
estampadas nos vídeos, imagens de imagens,
nesse jogo de engodo
onde só quem ganha sois vós?
E nós, irmão, até quando permitiremos essa farsa?
Não basta desligar o televisor.
É necessário quebrar os palanques,
derrubar os canalhas de seus pedestais,
pisar nas suas caras,
por trás das quais é escondida a nossa miséria,
única verdade que nos é dada a conhecer.
Desperta, acorda do teu sono,
desmente esses outubros
em que te são vendidos sonhos vis;
levanta a tua vida tal um estandarte da verdade
e faz da liberdade a tua maior propriedade.
Do meu livro CENAS DE UMA VIDA. 2011.
Gilberto Wallace Battilanaconvencer-nos da sinceridade da vossa falsidade.
Ah, salvadores da Pátria,
poupai-nos das vossas mentiras,
cansamos de promessas não cumpridas.
Até quando, Catilinas, abusareis da nossa paciência
com a canalhice das vossas caras
estampadas nos vídeos, imagens de imagens,
nesse jogo de engodo
onde só quem ganha sois vós?
E nós, irmão, até quando permitiremos essa farsa?
Não basta desligar o televisor.
É necessário quebrar os palanques,
derrubar os canalhas de seus pedestais,
pisar nas suas caras,
por trás das quais é escondida a nossa miséria,
única verdade que nos é dada a conhecer.
Desperta, acorda do teu sono,
desmente esses outubros
em que te são vendidos sonhos vis;
levanta a tua vida tal um estandarte da verdade
e faz da liberdade a tua maior propriedade.
Do meu livro CENAS DE UMA VIDA. 2011.
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PROCURA
Gilberto Wallace Battilana Gilberto Wallace Battilana
Procura encontrar na dor o que alivia
da vida o transitório que se quer perene,
e cada hora que passa é sempre a tardia
no pressentimento desse vazio infrene
que o corpo com seus sentidos teme e treme.
O pensamento, tal borra no fundo da xícara vazia,
sendo o leme do que em cada dia se anuncia,
essa viagem para um infindo extreme.
A força persuasiva de uma hora incerta
do fato certo, o fio da vida a pó reduzido
encerra nos meus olhos a porta sempre aberta
para o tempo ido da travessia, eu perseguido
pela clepsidra que me afoga na sua comporta
até chegar ao reino do nada mais importa.
Gilberto Wallace Battilana
no pressentimento desse vazio infrene
que o corpo com seus sentidos teme e treme.
O pensamento, tal borra no fundo da xícara vazia,
sendo o leme do que em cada dia se anuncia,
essa viagem para um infindo extreme.
A força persuasiva de uma hora incerta
do fato certo, o fio da vida a pó reduzido
encerra nos meus olhos a porta sempre aberta
para o tempo ido da travessia, eu perseguido
pela clepsidra que me afoga na sua comporta
até chegar ao reino do nada mais importa.
Gilberto Wallace Battilana
O poema é uma viagem para outro lado do universo
que as vezes parece tão longe e outras tão perto,
mas que jamais se alcança,
ainda que em cada verso se renove a esperança
de poder tocar com as mãos o céu,
de fazer do arco-iris um chapéu,
de viver todas as fantasias com a inocência
da criança que se foi um dia.
Mas é cedo ou tarde
nesse estranho mundo onde tudo arde
e as lembranças e o futuro passam abraçados
num carrossel de palavras escondidas que roda
com as ideias que se dão as mãos numa ciranda
que se acelera numa sarabanda
em torno de mim.
É o poema, enfim.
E ficamos os dois a lutar
como num duelo num espelho.
Do meu livro "O ARTESÃO DA SOLIDÃO".
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